quarta-feira, 23 de maio de 2012

Apenas um Déjà Vu.

A minha dor é uma dor imensa, muda, surda, cruel, depressiva, covarde,... é a dor do medo, dor solitária e sem expetativa de um futuro melhor. Dor localizada que faz morada em todo meu eu. Dor bizarra, nunca antes anunciada, mas ao mesmo tempo temida e imaginada. Tantos pedidos de misericórdia, de êxito e felicidade... pedi a quem mesmo?... Hum! Nada se deve pedir! É besteira! É inutilmente em vão. Depois as religiões usam seus palavrórios afim de trazer a conformação, e a tal ideia de que sempre poderia ser pior. Quando externamos nossos sentimentos mais íntimos em forma de explosiva catarse, pedindo através do próprio ato somente a paciência e a audição de quem nos ouve,... pensam ter o poder de dar receitas de bolo, e brota-lhes do cérebro labial palavras de falso consolo, historietas conformativas, e altivez, ah! essa sempre se faz presente. E é por isso que é bem melhor choramingar a mesa de pessoas descrentes, incrédulas, ateias. Estas sim são sinceras e não buscam fórmulas. Muitas vezes choram junto conosco e constatam quão difícil é a nossa crítica situação. 15/03/2012 - 00:32h ....................................................................................... Um dia eu irei embora daqui! Virarei estrela e olharei a terra lá do firmamento. Terei a nítida sensação de ter tido um "déjà vu", de ter passado por tudo que já passei, de ter conhecido a dor e o sofrimento bem de perto, mas como estrela pensarei que são quimeras e me voltarei a observar, apenas observar a vida que já passou, as pessoas com quem vivi, os lugares que percorri... apenas um "déjà vu". 15/03/2012 - 00:42h